A CUT É PRA LUTAR!
Não aceitamos o recuo proposto pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas. Nenhum passo atrás! Nenhum direito a menos!
“Eleição sem Lula é fraude”. Apesar do PT ter aceito disputar o pleito sem seu principal candidato, isso não muda a situação política. O principal candidato da classe trabalhadora, Lula, que era o primeiro colocado nas pesquisas eleitorais, continua preso e condenado sem provas, ficando claro que existe uma fraude no processo eleitoral. Além disso, surgiram ainda os escândalos do “caixa 2” e das “fake news”.
O presidente “eleito” Jair Bolsonaro é um presidente ilegítimo e representa a continuidade do golpe. O presidente da CUT, Vagner Freitas já havia dito isso publicamente mas infelizmente em entrevista ao jornal El País (18/12), Vagner disse exatamente o contrário, com o discurso de fazer uma oposição propositiva. Ele afirmou que "O Governo [Bolsonaro] foi eleito por 57 milhões de pessoas e vai tomar posse no dia 1º janeiro. A CUT vai procurar o governo para negociar os interesses dos trabalhadores". E sobre o governo Bolsonaro ainda afirmou, “... ele foi eleito, então nós vamos tratá-lo como presidente da República...”.
Mais adiante Vagner afirma, “O que queremos fazer é sermos propositivos, fazer uma oposição com proposição”.
Como ele irá propor qualquer coisa que represente avanços para a classe trabalhadora diante de um governo que sempre afirmou que é necessário cortar os direitos dos trabalhadores? Como ele irá para a mesa de negociação? Com uma proposta recuada? Sabemos muito bem o que isso significa para a classe trabalhadora.
Essa mudança de direção política foi aprovada pela Direção Nacional da CUT ou é uma posição política pessoal do Vagner Freitas? Caso tenha sido aprovada pela DN da CUT, temos que repudiar imediatamente e criar um movimento nos sindicatos CUTistas contrário a essa decisão. Não podemos aceitar esse recuo da Central sendo que a luta contra Bolsonaro está ainda no começo. Caso essa posição política seja do Vagner Freitas, a DN da CUT precisa enquadrá-lo imediatamente e obrigá-lo a fazer uma retratação pública diante de toda a imprensa. Seu mandato precisa ser questionado e caso ele insista com essa postura, deve ter o mandato revogado imediatamente.
Para piorar a situação, Vagner fala em um grande encontro nacional da classe trabalhadora no início do ano com representantes de todas as centrais para aprovar uma pauta de reivindicação para ser negociada com o governo neofascista e ilegítimo. Pelo visto, esse “grande encontro” que ele propõe, será encontro de burocratas das centrais sindicais. Na verdade, ele está preparando para entregar a cabeça da classe trabalhadora em uma bandeja para Bolsonaro.
Não temos nada a negociar com o governo ilegítimo! Precisamos sim, de um grande encontro, ou melhor de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora, com delegados de todas as categorias, eleitos na base, para aprovarmos estratégias, táticas e um Plano de Lutas contra o governo Bolsonaro. As centrais sindicais e os partidos de esquerda têm a obrigação de organizar e mobilizar a classe trabalhadora para esse enfrentamento, caso contrário corremos o risco de ver a classe trabalhadora sendo pisoteada e humilhada pelo governo ilegítimo e neofascista ou de ver um movimento de extrema direita conduzindo a classe trabalhadora para a barbárie.
Não temos que construir propostas alternativas para negociar com o governo. Somos contra a reforma da previdência; queremos a revogação da reforma trabalhista; queremos a revogação da Emenda Constitucional 95, que congela por 20 anos a verba para o serviço público; queremos a revogação da reforma do ensino médio; somos contra a cobrança de mensalidades nas universidades públicas; somos contra qualquer tipo de privatização; queremos melhores salários para todos os trabalhadores; somos contra o extermínio dos companheiros do MST.
A CUT foi construída sobre os princípios de independência e de luta. Deve manter-se fiel a esses princípios e organizar e mobilizar a classe trabalhadora para a luta contra o governo Bolsonaro. Nenhum passo atrás. A base CUTista precisa se posicionar diante dessa aberração que foi a entrevista do presidente da Central.
Construir a Greve Geral! Juntos somos fortes!
- NENHUM DIREITO A MENOS!
- CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA!
- REVOGAÇÃO DA EC 95!
- CONTRA AS PRIVATIZAÇÕES!
- POR UM ENCONTRO NACIONAL DA CLASSE TRABALHADORA!