A posse de Bolsonaro: o golpe continua!

04/01/2019 18:20

Primeiramente não podemos esquecer que a eleição de Bolsonaro é a continuidade do golpe que derrubou a presidente Dilma (PT) e atacou as liberdades democráticas garantidas pela Constituição Federal. Naquele momento, o então deputado Jair Bolsonaro, defendeu contundentemente o golpe e aproveitou o momento para atacar não só a presidente Dilma, mas os petistas em geral, os socialistas, movimentos sociais e sindical. A partir desse entendimento fica mais fácil perceber que Bolsonaro nada mais é do que a continuidade desse golpe, até mesmo porque quando temos um golpe de estado, os golpistas não se dão a tamanho trabalho para depois entregar o poder tão facilmente em um processo eleitoral “democrático”. Seria muita ingenuidade acreditar que isso poderia acontecer.

As eleições de 2018 no Brasil não passam de uma fraude montada pelos golpistas, com a intenção pura e simples de tirar o rótulo de governo golpista que foi divulgado em todo o mundo. A saída foi simples, realizar as eleições porém, impedindo que o maior líder popular do país, Lula, pudesse se candidatar. Condenaram Lula, sem provas, em primeira e segunda instância e o prenderam. A prisão de Lula é mais um ataque às liberdades democráticas, o que faz de Lula um preso político que precisa ser libertado.

A posse

A festa da posse de Bolsonaro deixou claro que ele não tem tanto apoio popular quanto se dizia. A grande imprensa apostava na presença de mais de 200 mil pessoas, existiam até mesmo aqueles que diziam em 500 mil. Porém, o que vimos foi uma presença de dezenas de milhares que, comparado com mobilizações de trabalhadores ocorridas em outros tempos, deve ficar em torno de 50 mil. A grande imprensa, procurando os melhores ângulos para suas fotos e gravações, jura que havia 115 mil.

Em seu discurso de posse, Bolsonaro demonstra que ainda age e pensa como candidato, defendendo a família, atacando ideologias de esquerda e valorizando as ações policiais. Isso deixa claro seu lado semifascista, fortalecendo a ideia de um poderoso inimigo da sociedade que deve ser combatido, no caso, petistas, socialistas, sindicalistas, professores, LGBTs, negros e todos os movimentos sociais. Uma característica própria do fascismo.

Assim, Bolsonaro reforça a rivalidade com a esquerda, denominado de “ideologias nefastas”, acenando a bandeira do Brasil e afirmando “Essa é a nossa bandeira, que jamais será vermelha. Só será vermelha se for preciso o nosso sangue para mantê-la verde e amarela”. Falou também em libertar o país do socialismo. Mais um truque fascista ao elencar um perigoso inimigo do país, que na verdade não existe. Afinal, foi durante os governos petistas que os banqueiros tiveram seus maiores lucros. Todos os anos, o banco Itaú batia recorde de lucros.

Os ataques

Enquanto Bolsonaro continua com seus discursos semifascistas, seus ministros tomam posse e já apontam os ataques contra os trabalhadores. Vejamos o que disse Paulo Guedes, ministro da Economia.

"Vamos desestatizar o mercado de crédito." Guedes enfatizou a importância de uma guinada liberal no Brasil após décadas de gestão social-democrata. Além disso, destacou que além do controle das despesas, é preciso avançar com a agenda de privatizações. “A ideia é vender tudo ao setor privado”, afirmou Salim Mattar, que assumiu a secretaria de desestatizações.

Além das privatizações e da reforma da previdência, Guedes não perdeu a oportunidade e apontou também para os direitos trabalhistas, afirmando que o país precisa “libertar as futuras gerações dos sistemas trabalhistas e previdenciários”. Afirmou ainda que “quer dar ao jovem a opção de trabalhar sob o regime da carteira de trabalho verde e amarela”, ou seja, retirar dos jovens os direitos garantidos na CLT. Na verdade, não se trata de opção e sim de falta de opção, pois no caso, o jovem deverá aceitar ou ficará desempregado. Fonte: Valor (https://www.valor.com.br/brasil/6046141/guedes-defende-desestatizacao-do-mercado-de-credito)

Organizar a luta  

Engana-se o governo se ele acredita que a classe trabalhadora irá assistir inerte a esses ataques. A conjuntura é de luta, muita luta. Os trabalhadores sabem muito bem o quanto lhes custará a reforma da previdência, o aprofundamento dos ataques às leis trabalhistas e as privatizações que acabarão de vez com a saúde e a educação pública.

O que está na proposta do governo Bolsonaro é o caos para a classe trabalhadora. Trabalhadores sem direitos, com salários muito baixos e sem direito a aposentadoria, ou seja, terão que trabalhar como escravos até morrerem ou ficarão velhos e desempregados, sobrevivendo à base de esmolas.

Diante desse quadro, precisamos reagir à altura, reconhecendo que Bolsonaro é um governo ilegítimo, é a continuidade do golpe que derrubou Dilma Rousseff (PT) e que continuará todos os ataques contra a classe trabalhadora. Portanto, não reconhecemos o governo Bolsonaro.

Lutaremos com todas as nossas forças contra a reforma da previdência, os ataques às leis trabalhistas, as privatizações e qualquer medida que venha nos atacar, desse governo ilegítimo e semifascista.

Precisamos nos organizar imediatamente a partir das bases. Em cada local de trabalho, escola, bairro etc, precisamos construir os Comitês de Resistência. Onde já existem, precisamos ampliá-los. Essa luta tem que ser construída de baixo pra cima, obrigando as centrais sindicais e os partidos de esquerda a conduzirem o movimento. As decisões deverão ser tomadas pelos Comitês de Resistência e as centrais e os partidos deverão acatá-las e colocá-las em prática. Assim, teremos um grande movimento de resistência, verdadeiramente democrático e que nos levará à vitória!

  • Contra a reforma da previdência!
  • Nenhum direito a menos!
  • Contra as privatizações!
  • Lula Livre!
  • Fora Bolsonaro!
  • GREVE GERAL!