8 de março, dia internacional de luta das mulheres!
Greve internacional de mulheres!
O 8 de março nasceu há 100 anos como símbolo de luta das operárias por melhores condições de trabalho. A data foi apropriada pela burguesia que tirou o caráter classista e a transformou numa festinha de presentes, flores e bombons.
Nos últimos anos a ofensiva contra os direitos conquistados pelas mulheres nesse século de lutas nos traz uma nova reflexão sobre a data e nos levar a retomar seu caráter original.
Ativistas norte-americanas, depois da marcha que reuniu mais de meio milhão de pessoas num protesto contra Donald Trump após a sua posse, concluíram que é hora de unificar as lutas nos países, ampliar a agenda e integrar as lutas sociais e trabalhistas em defesa dos direitos.
A nova onda neoliberal impõe políticas de austeridades que retiram direitos de trabalhadoras no mundo inteiro. Juntamente com esses ataques, os direitos sociais também são atingidos: direito ao aborto – incluindo os casos de estupro - e o fim da repressão à violência contra mulher. Esses ataques deram início a um novo levante feminista em vários países, iniciado em outubro de 2016 na Polônia quando milhares de mulheres protestaram contra a proibição do aborto, seguidas pelas argentinas que lutam contra a violência domésticas que atinge níveis assustadores e Islandesas que lutam pela igualdade de gênero. Em janeiro, norte americanas tomaram as ruas de Washington contra o discurso misógino, homofóbico, xenófobo e racista de Trump. Milhares de mulheres aderiram ao movimento em seus países.
No Brasil, a política de austeridade do golpista Temer, avança sobre todos os trabalhadores, sobretudo contra as mulheres. A reforma da previdência que tramita no Congresso é um duro ataque a todos os trabalhadores, mas as mulheres terão perdas ainda maiores, pois serão igualadas aos homens na idade mínima para aposentadoria. Nunca atenderam às reivindicações de igualdade de gênero para questões salariais, de ocupação de cargos e postos de trabalho, mas para retirar direitos, nos igualarão aos homens.
O contexto abre uma outra perspectiva para o feminismo atual levando a militância a ampliar a agenda de lutas buscando uma integração mundial. Nessa nova agenda temos que pautar a homofobia e o racismo que avançam a cada dia em vários países. Após a Marcha nos EUA, as lideranças decidiram que é o momento de se juntar ao International Women’s Strike, (Greve Internacional das Mulheres) movimento que está reunindo as lutas feministas em mais de trinta países, incluindo os da América do Sul. Avaliam também a necessidade de associar às lutas feministas aos movimentos sociais e trabalhistas, compreendendo a questão de classe, de gênero, abrindo o debate para a questão da homofobia, da transfobia e do racismo .
Para nós da Liga Socialista, a questão de classe precede toda discussão em torno da luta da mulher trabalhadora. Combater a sociedade de classes é a condição de combater a violência contra a mulher, contra homossexuais, negras e pobres. No entanto, compreendemos que essas particularidades devem ser discutidas e combatidas. Compreendemos que está correta a avaliação das lideranças feministas presentes na marcha contra Trump que as lutas devem extrapolar as questões de misoginia, transfobia, homofobia e racismo. Tem que ser contra os ataques neoliberais, pois estes precedem a Trump e vão muito além das fronteiras dos EUA.
Temos que debater a questão nas escolas, nos locais de trabalho, compreender que o machismo, o racismo, a homofobia são armas do sistema para nos dividir, reprimir e matar uns aos outros impedindo que sejamos fortes e unidos para derrubar o opressor.
Estaremos em luta nesse 8 de março contra Reforma da Previdência, contra a retirada de direitos, contra a violência, a misoginia, a homofobia, a transfobia e o racismo!
Estaremos em luta todos os dias, pois como disse Ella Baker: “nós que acreditamos na liberdade não podemos descansar até que ela chegue!”.
- Pela vida das mulheres!
- Pelo fim da violência!
- Contra a Reforma da Previdência!
- Nenhum direito a menos!
- Viva a luta das mulheres trabalhadoras!
Raquel Fracette