América Latina

05/05/2019 13:53

Venezuela

Na madrugada do dia 30/04, mais uma vez, o autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, tentou um golpe para destituir o presidente legitimamente eleito, Maduro. Dessa vez tentaram um levante militar com um pequeno setor da Força Armada Nacional, nos arredores da La Carlota, uma base aérea em Caracas, libertando Leopoldo Lopez e convocando a oposição de direita e a população descontente para um movimento de insurreição. Mais uma vez o golpe fracassou. Guaidó não passa de uma marionete do imperialismo estadunidense que manipula o descontentamento do povo para desestabilizar ainda mais o governo de Maduro e tentar derrubá-lo com um golpe dirigido pelos EUA.

O povo venezuelano enfrenta a anos uma crise econômica e política, sendo obrigado a conviver com baixos salários, escassez de alimentos, de remédios, de serviços públicos e com a repressão. Mas tudo isso é consequência da política do imperialismo estadunidense, que além de liderar um boicote comercial contra a Venezuela, está sempre lançando uma liderança para incitar a população contra o governo.

Mas a culpa não é apenas do imperialismo estadunidense. O próprio governo Maduro tem sua parcela de culpa, pois se distanciou do objetivo da “Revolução Bolivariana” e se mantém graças a uma burocracia do PSUV instalada no poder e o grande apoio militar. Tanto Maduro quanto Guaidó representam a continuidade da miséria, da perda de soberania, da corrupção dos poderosos em detrimento da grande maioria do povo manipulado e oprimido.

Somos contra a tentativa de golpe, que virou uma prática comum na América Latina e que sempre tem por trás uma cartola, ou seja, as mãos do Tio Sam. O povo venezuelano precisa entender que a política de Guaidó é pior que a do próprio Maduro. Entregará todas as riquezas da Venezuela ao imperialismo estadunidense, aumentará a fome, desemprego e atacará todos os direitos conquistados pelo povo com a “Revolução Bolivariana”. Por outro lado, é preciso continuar resistindo às políticas do governo Maduro, com independência e com a mobilização do povo venezuelano.

A primeira resposta deve ser uma grande mobilização contra os golpistas, expulsando-os do país ou levando-os à prisão. A segunda deve ser a de não depositar ilusões no governo Maduro, não baixando a guarda contra o mesmo e convocando uma verdadeira assembleia constituinte livre e soberana. Trata-se da necessidade de reconstrução do país pela classe trabalhadora.

Argentina

A Argentina amanheceu em greve geral, no dia 30/04, véspera do dia do trabalhador. A paralisação, de 24 horas, que foi convocada pelas centrais sindicais e caminhoneiros, é contra o programa de austeridade do presidente Maurício Macri. Milhares de manifestantes se reuniram na histórica Praça de Maio para protestar contra o governo.

Os trabalhadores protestaram contra a crise no país, contra a recessão econômica, inflação elevada, desemprego em alta e aumento na pobreza.

O desemprego atingiu 9,1% no final de 2018, a inflação acumulada no primeiro trimestre é de 11,8% e de 54,7% ao ano, segundo o Instituto de Estatísticas e Censo (INDEC). Segundo análise do Centro de Estudos do Pensamento Americano (CEPA), no primeiro trimestre de 2019, as demissões e suspensões somam quase 20 mil casos, 41% a mais do que no mesmo período de 2018, e 77% deles ocorreram no setor industrial. Não é por acaso que a pobreza chegou a 32% da população.

Muitas ruas no centro de Buenos Aires não tinham tráfego na manhã de terça-feira porque grupos de manifestantes bloquearam as ruas com piquetes que impediram o acesso de veículos. A greve geral na Argentina fez Latam, Gol e Azul cancelarem voos para o país. O metrô não funcionou, bem como cerca de 80 linhas de ônibus. Também ficaram prejudicados os serviços públicos, bancos e transporte de mercadorias (caminhões). Os portos da região de Rosário, um dos maiores núcleos agroexportadores do mundo também ficaram paralisados.

Por mais que os governos e o imperialismo tentem esmagar a classe trabalhadora, essa reage aos golpes e procura se unificar enquanto classe para enfrentar os aparelhos de repressão dos governos e lutar contra aqueles que atacam seus direitos e suas condições de trabalho. Mais do que nunca é atual a convocação de Marx, no Manifetos do Partido Comunista: “Trabalhadores do mundo, uni-vos!”

Brasil

No Brasil, o 1º de Maio, convocado de forma unificada pelas centrais sindicais, marcou o início da mobilização por um Greve Geral convocada para do dia 14 de junho, em protesto contra a Reforma da Previdência do governo Bolsonaro (PSL). Outras atividades acontecerão antes da greve, em um processo de construção da mesma. A CNTE e a CONTEE, estão convocando uma Greve Geral da Educação para o dia 15 de maio. Além de ser uma greve de protesto, é mais um passo rumo à Greve Geral de toda a classe trabalhadora.

Os trabalhadores do Brasil, após o golpe que derrubou a presidente Dilma (PT), têm motivos de sobra para parar. O governo Bolsonaro dá continuidade à política golpista, atacando as organizações dos trabalhadores, cortando 30% da verba para as universidades e enviando ao Congresso a famigerada proposta de “Reforma da Previdência” que destrói completamente a previdência pública e entrega aos banqueiros a previdência dos trabalhadores.

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