Bolívia nacionaliza distribuidoras de energia da Iberdrola
O presidente da Bolívia, Evo Morales, decretou neste sábado (29/12/2012) a nacionalização das empresas distribuidoras de eletricidade de La Paz e Oruro, geridas pela companhia espanhola Iberdrola.
Segundo o jornal O Globo, após o anúncio os militares e a polícia tomaram o controle das unidades e dos escritórios administrativos.
Para Morales, essas medidas foram tomadas para que as tarifas do serviço elétrico sejam equitativas em La Paz e Oruro e a qualidade do serviço elétrico seja uniforme tanto na área urbana quanto na rural.
De acordo com a mídia burguesa o presidente Evo Morales vem tomando sucessivas medidas contra interesses espanhóis. “O presidente boliviano tomou a medida oito meses depois de expropriar a Transportadora de Eletricidade (TDE), empresa na qual a Rede Eléctrica de Espanha (REE) possui quase 100% das ações... Morales também nacionalizou em maio de 2006 as reservas de hidrocarbonetos da petroleira Repsol, junto a outras empresas como a brasileira Petrobras, a argentina Panamerican, a francesa Total e a britânica British Petroleum, as quais obrigou a firmar novos contratos de serviços... também expropriou empresas de telecomunicações, refinarias de gasolina e fundições de minerais.” (O Globo).
Quando o presidente Boliviano expropria empresas multinacionais com o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços oferecidos aos trabalhadores e indígenas bolivianos, ele está agindo de forma correta. Afinal, Evo foi eleito pelo seu povo que já não aguentava mais a exploração do imperialismo e a opressão da burguesia local.
A imprensa burguesa em todo o mundo condena as expropriações feitas por Evo, mas sabe que na verdade essas empresas pilham os povos em seus próprios países e sabem ainda mais, que os países de origem dessas empresas estão quebrados. Uma forma de se conseguir capital é através de uma boa indenização no processo de expropriação.
Quando Evo indeniza as expropriações, ele está atendendo aos interesses do capital estrangeiro, das multinacionais. Essas empresas já lucraram muito à custa do sofrido povo boliviano.
Sabemos que não tem como “acender uma vela pra deus e outra pro diabo”. O capital que Evo utiliza para indenizar as expropriações, certamente faz falta nos serviços públicos prestados ao povo boliviano como, por exemplo, transporte, saúde e educação.
Portanto, o ato de expropriação com indenização não passa de uma medida populista do governo de Evo Morales, que tenta com isso acalmar os ânimos da classe operária boliviana e ganhar seu apoio. Ao mesmo tempo, atende aos interesses do imperialismo, entregando capital público a empresa privada.
Somente um movimento revolucionário tem condições de destruir o estado burguês boliviano e criar um novo estado, um estado socialista, que realmente atenda apenas aos interesses do povo trabalhador boliviano e expropriará a burguesia sem qualquer indenização.
Para isso, a classe trabalhadora boliviana, precisa construir um Partido Operário Revolucionário, que a leve a conquista do poder através do estado socialista.