CANALHAS!
Em uma votação expressiva, a Câmara dos Deputados aprovou o texto base da reforma da Previdência com o placar de 379 votos a favor e 131 contra. Desde ontem, 09/07, que o debate vinha sendo feito no plenário de forma acalorada com a oposição fazendo um grande esforço para evitar esse desastre.
A aprovação da reforma da Previdência significa a destruição do sistema de seguridade social do país. A partir de agora os trabalhadores terão que trabalhar cerca de dez anos a mais para se aposentarem. Além disso, o valor da aposentadoria poderá ser a metade do salário. As pensões deixadas pelos trabalhadores para suas viúvas serão de metade do salário mínimo. Podemos dizer que estamos diante de uma situação de terra arrasada.
Mas, temos que prestar atenção nos deputados que votaram a favor dessa reforma. Durante todo o debate eles insistiam que era para acabar com privilégios e que a reforma era necessária para evitar que o país quebrasse.
Canalhas! Ao mesmo tempo que faziam seus discursos, dizendo que servidores públicos e professores eram privilegiados, escondiam que a Comissão Especial da Câmara, que analisou a reforma da Previdência, restabeleceu a isenção tributária para os agroexportadores, que geraria uma arrecadação de impostos de cerca de R$ 84 bilhões.
Muitos desses deputados que dizem que o país pode quebrar e que é necessário acabar com os privilégios, defenderam e aprovaram a Lei Repetro, que concede benefícios fiscais a empresas petrolíferas que irão explorar os blocos das camadas do pré-sal e pós-sal, com vigência até 2040. Essas isenções provocarão perdas na arrecadação de impostos de cerca de R$ 1 trilhão.
Se o país está quebrando, como o governo, deputados e senadores abrem mão dessas arrecadações? Serão os trabalhadores, servidores e professores os privilegiados? Essa reforma era realmente necessária?
Essa reforma foi feita para atender a empresários e banqueiros que sempre estiveram de olho nessa verba. A Previdência, cuja verba era destinada a auxiliar o trabalhador em sua velhice ou em caso de acidentes ou doenças, sempre foi um entrave para que os verdadeiros privilegiados – empresários, banqueiros e agroexportadores – colocassem suas mãos nela. Agora, o estado terá mais verba para destinar a esses sanguessugas da sociedade.
Mas nossa luta não pode parar. Continuaremos a organizar e mobilizar a resistência da classe trabalhadora. Além dessa batalha não ter terminado, pois ainda falta a votação no Senado, teremos outras lutas pela frente. O importante é sabermos fazer da luta de resistência uma luta por uma sociedade socialista. Da resistência à revolução!