Canção de ‘soldado nazista’ abre desfile dos Fuzileiros Navais no 7 de Setembro
Transcrevemos abaixo, na íntegra, um texto de Ivanir José Bortot, publicado no Blog do Edgar Lisboa e também no Diário do Centro do Mundo em 7 de setembro de 2019.
Publicado por Diário do Centro do Mundo - 7 de setembro de 2019
PUBLICADO NO BLOG DO EDGAR LISBOA POR IVANIR JOSE BORTOT
O autor teve uma excelente percepção. Esse "hino" nazista passou despercebido de muitos no evento de 7 de setembro. Nossa ressalva é para a primeira frase do texto. Não concordamos que tenha sido uma simples gafe, mas sim a demonstração e a confirmação do cunho ditatorial e protofascista do governo Bolsonaro (PSL).
Liga Socialista
Gafe no desfile de 7 de setembro em Brasília. A Banda dos Fuzileiros Navais abriu a fase militar do desfile (a marcha foi iniciada por estudantes e civis) tocando a música-símbolo dos soldados nazistas na Segunda guerra Mundial, a canção Lili Marleen, que ficou conhecida mundialmente como Lili Marlene.
Adotada como hino pela 4ª Divisão Blindada da Wehmacht (Exército Alemão na Segunda Guerra), a música que fala da saudade da namorada que ficou em casa era cantada pelos soldados no front. Desde então, Lili Marlene é tida como canção símbolo do soldado do Exército de Hitler naquele conflito.
Uma curiosidade: Composta em 1915 por Hans Liep, a música fez sucesso na interpretação da atriz e cantora Marlene Dietrich, em 1932, pouco antes de a diva exilar-se nos Estados Unidos fugindo dos nazistas. Em 1938 ganhou nova letra de Norbert Schulze, gravada pela cantora Lale Andersen. Esta versão que foi adotada pelos soldados como canção da saudade da pátria e da família.
Nas trincheiras dos montes Apeninos, na Segunda Guerra, os soldados alemães cantavam Lili Marlene, enquanto do outro lado da trincheira os brasileiros entoavam a Canção do Expedicionário (letra de Guilherme De Almeida; música de Spartaco Rossi) que, em vez da melancólica saudade dos alemães derrotados, exaltava a vitória: “Por mais terra que eu percorra, não permita Deus que eu morra sem que volte para lá”. A fabulosa banda dos Fuzileiros poderia ter escolhido uma música como essa canção das pracinhas, que diz: “vitória, vitória final, caminha no meu fuzil”.
Por essa, ninguém esperava.