Dilma trai a classe trabalhadora mais uma vez e o Senado aprova projeto de lei que tira a Petrobras do Pré-Sal.
O jogo já estava armado no Senado, inclusive com as cartas marcadas, para a aprovação do PLS 131/2015 apresentado pelo senador José Serra (PSDB). O PL, sem qualquer discussão prévia em alguma comissão do Senado, foi apresentado com o caráter de urgência. A discussão travada em torno do caráter de urgência, deixava claro o interesse dos privatistas tucanos e cia, entregar o Pré-Sal para a exploração das multinacionais do petróleo. Após um grande tensionamento entre privatistas entreguistas e governistas, o regime de urgência para a votação do PL 131 foi aprovado por apenas 2 (dois) votos de diferença.
A partir de então, travou-se nova luta no Senado entre os que defendiam e os que eram contra tal projeto. Toda a tarde e parte da noite do dia 24/02 (quarta-feira) foi destinada a esse enfrentamento sensacional, onde aos poucos foram aparecendo dados apresentados pelos senadores, deixando claro que esse projeto foi traçado pelo imperialismo norte-americano para favorecer às suas empresas petrolíferas e que José Serra (PSDB) se colocou como instrumento desse ataque.
O tempo todo do debate foi acirrado e a base governista mostrava a unidade para fazer tal enfrentamento. Não sabemos se conseguiria barrar tal projeto, mas o fato é que se o projeto fosse aprovado, o seria por uma diferença mínima e com muito desgaste. Assim, já iria para a Câmara como um fardo pesado, que seria disputado pelos governistas e privatistas tucanos, na Câmara e nas ruas. Essa seria a pior das hipóteses, pois existia também a possibilidade do projeto ser derrotado na votação.
Porém, no último momento, após a última fala, o senador Romero Jucá (PMDB) aparece com um PL substitutivo, acordado com o governo Dilma e com os tucanos. Na verdade, um substitutivo que em sua essência significa a mesma coisa do PL 131/2015, ou seja, a retirada da Petrobras da exploração do Pré-Sal.
Imediatamente houve um distensionamento no Senado, onde parte da base aliada do governo Dilma aceitou sorridente tal substitutivo, ajudando ao PSDB e cia a aprovarem mais um projeto entreguista, contando com a grande colaboração do governo Dilma.
A Senadora Gleisi Hoffmann (PT), de forma correta, pediu a palavra e orientou a bancada do PT a votar contra tal projeto. Como resultado de todo esse embate travado, o projeto substitutivo, mas completamente entreguista como o original, foi aprovado com larga vantagem, configurando uma derrota para os que defendiam o Pré-Sal e a soberania nacional. Mas o gosto amargo dessa derrota, é que ela foi construída no Palácio do Governo, acordada nas costas daqueles que se empenhavam para derrotar o projeto no Senado.
O governo Dilma, mais uma vez se mostra totalmente comprometido com a burguesia e com o imperialismo. Acredita que é muito mais fácil se livrar do impeachment com o apoio dos partidos burgueses, que se juntar ao povo trabalhador.
O governo Dilma, por si só, já está derrotado, pois necessita oferecer a cabeça da classe trabalhadora na bandeja para se manter no poder. Mas a classe trabalhadora não está derrotada e deve ir às ruas lutar em defesa da Petrobras e do Pré-Sal. A hora é essa e a CUT, CTB, MST, MTST, UNE, UBES e todo o restante dos movimentos sociais, precisam convocar o povo brasileiro para ocupar as ruas do país, disputando cada pedaço de chão com a direita reacionária e com os privatistas, inclusive os que se encontram no governo Dilma.
Escrito por Eloy Nogueira