Em defesa da Amazônia

30/08/2019 12:15

Segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o desmatamento da Amazônia cresceu 278% em julho deste ano, em comparação com julho de 2018 e ainda confirmam que existem mais de 2.254 km² de desmatamento (Folha de São Paulo - 06/08). Ainda segundo o INPE, o crescimento no número de queimadas em relação ao ano passado foi de 88% (G1- 03/07). A divulgação desses dados, levou à punição do presidente do INPE, o físico Ricardo Galvão, que foi exonerado pelo presidente Bolsonaro (PSL) sob a acusação de ser um agente das ONGs.

Existe uma relação muito forte entre o aumento do desmatamento e o afrouxamento da fiscalização. Segundo o jornal Folha de São Paulo (24/08) “O Ibama aplicou um terço a menos de multas a infratores ambientais em 2019 do que no mesmo período do ano passado, segundo dados do próprio órgão”.

Com esse aumento exagerado do desmatamento da Amazônia e as declarações de Bolsonaro atacando principalmente a Alemanha, levou o governo desse país e logo em seguida o da Noruega a suspenderem a verba para o Fundo da Amazônia. Segundo o site Brasil247 “ Alemanha, anunciou a suspensão de um repasse de R$ 151 milhões devido ao crescimento do desmatamento e do desmonte dos órgãos ambientais pelo governo Jair Bolsonaro” Já o novo financiamento da Noruega para o fundo chegaria a R$ 133 milhões.

Muito provavelmente em apoio ao governo Bolsonaro e motivados por suas declarações e pela fiscalização afrouxada, os latifundiários resolveram atear fogo na floresta. Segundo a revista Forum (25/08), “Mais de 70 ruralistas combinaram por whatsapp incendiar simultaneamente as margens da BR163 em 10 de agosto, o "dia do fogo", para demonstrar apoio a Bolsonaro pelo "afrouxamento" da fiscalização do Ibama e o perdão de dívidas ambientais”

O desmatamento e as queimadas ganharam repercussão internacional, principalmente depois que São Paulo, distante 3.000 quilômetros da Amazônia, viu o céu escurecer como se fosse noite, numa tarde de segunda-feira (19/08) em consequência do mau tempo misturado à fumaça das queimadas vindas do Norte e da região central. Fotos da Amazônia desmatada invadiram as redes sociais e a pressão sobre o presidente Jair Bolsonaro cresceu em ritmo acelerado.

O presidente Bolsonaro, mais uma vez, mostra-se irresponsável e leviano ao afirmar que “.. essas queimadas são criminosas e que as ONGS podem estar envolvidas...” Dessa forma Bolsonaro vem se desgastando e perdendo respeito da comunidade internacional e diante de forte pressão, autorizou o uso de militares em uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para combater as queimadas na região da Floresta Amazônica.

Enquanto isso o ministro do Meio-Ambiente, Ricardo Salles, que atua em favor dos ruralistas, vem propagando que a Amazônia tem uma saída capitalista.

Não existe saída ecológica dentro do sistema capitalista, que por si só já demonstrou que o lucro é o que interessa, não importando a forma. Para isso, utilizam da miséria, das guerras, do racismo e se for preciso, irão transformar o mundo em um inferno. A prova disso está acontecendo nesse momento na Amazônia.

Somente um sistema socialista, democrático, igualitário e com uma economia planejada para atender aos interesses da classe trabalhadora, pode desenvolver uma política de preservação do meio-ambiente.