Fora Bolsonaro! LULA PRESIDENTE, SEM ALCKMIN!

27/01/2022 11:34

Carlos Uchoa Magrini

Desde o golpe de 2016, o povo brasileiro vem sofrendo consequências terríveis. O golpista Temer iniciou os ataques contra os trabalhadores com a famigerada “Reforma Trabalhista” que destruiu a CLT, acabando com muitos direitos trabalhistas. Criou o “Teto de Gastos” com a EC 95, que limitou os gastos públicos, congelando por 20 anos as verbas para o serviço público em geral. O “Teto de Gastos” é a destruição dos serviços públicos, como Educação e Saúde públicas. É, portanto, a destruição do SUS, abrindo espaço para a privatização, principalmente através das OS.

Em 2018, tivemos uma eleição fraudada, pois o principal candidato da esquerda, Lula, foi condenado sem provas em segunda instância, foi preso e teve seu pedido de habeas corpus negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e impedido de disputar a eleição. Com essa manipulação, e uma série de “fake News”, Bolsonaro foi para o segundo turno e, com o apoio da direita golpista, derrotou o candidato do PT, Fernando Haddad, garantindo a continuidade ao golpe iniciado em 2016.

Bolsonaro aprofunda os ataques contra os trabalhadores e oprimidos, com a “Reforma da Previdência”, que praticamente destruiu a previdência pública e solidária. É o modelo que arrasou a previdência do Chile e que levou muitos aposentados ao suicídio.  No Brasil ainda não deu para sentir isso, mas aqueles que se aposentaram após essa reforma já sentem o rombo e seu peso no valor da aposentadoria, pois o benefício passou a ser a média de todas as suas contribuições.

Mas isso não é tudo. Bolsonaro e seus filhos iniciaram desde o golpe de 2016 um discurso de ódio contra a esquerda, principalmente o PT, contra LGBTQI+, servidores públicos, negros e movimentos sociais. Por outro lado, incentivam a população a se armar e a polícia a executar suspeitos e dar continuidade ao genocídio do povo negro, principalmente nas favelas. Desfere ataques contra as próprias instituições burguesas, como ANVISA, Congresso Nacional e até mesmo contra o STF.

Além disso, trata-se de um governo negacionista, em que o próprio Bolsonaro, em meio a pandemia do corona vírus, promove aglomerações, nega as propriedades e necessidade da vacina, prescreveu remédios ineficazes contra a Covid-19 e alegou que se tratava de uma gripezinha. Pois bem, a gripezinha já matou mais de 620 mil pessoas no Brasil. Para Bolsonaro nada disso importa e nem o comove. Como ele mesmo disse, “não posso fazer nada, não sou coveiro”.

Bolsonaro também provoca o desmonte do país, privatizando tudo o que resta de público. A Eletrobras foi privatizada por meio de Medida Provisória. A Petrobras já está sob o total controle das empresas imperialistas que estão em seu comando. A Empresa de Correios e Telégrafos, a Caixa Econômica Federal são as próximas da fila.

O Brasil vive hoje uma grande crise econômica, sanitária e política. A crise econômica mundial já provocava efeitos no Brasil desde o governo Lula. Com a pandemia do Covid-19 e com o desgoverno Bolsonaro, o povo brasileiro vem sofrendo com desemprego, miséria, fome e morte, pelo Covid e pelo conflito da polícia contra o narcotráfico. A crise política avança com a continuidade do golpe que abriu as portas para o fascismo.

Fora Bolsonaro!

A única saída para o povo brasileiro é a derrubada de Bolsonaro e todo o seu governo. Só assim conseguiremos mudar a política do país, resgatar o que foi perdido e construir um novo país. Bolsonaro tem que sair e não dá para esperar até outubro para derrotá-lo nas urnas e muito menos o final de seu mandato em 31 de dezembro de 2022.

Precisamos derrubar Bolsonaro e sua política neoliberal para barrar as privatizações em curso e reestatizar tudo o que foi privatizado. Mas para isso, a esquerda precisa mobilizar o povo e construir a greve geral por tempo indeterminado. Lula precisa se apresentar ao movimento enquanto liderança, ajudando a convocar as mobilizações e se fazendo presente nas mesmas, ajudando a construir a greve geral.

Lula Presidente! Fora Alckmin da chapa do PT!

A única candidatura que representa o povo brasileiro e que tem condições de vencer as eleições é a de Luiz Inácio da Silva, LULA! O restante da esquerda não tem condições de eleger um presidente e qualquer tentativa nesse sentido será por uma candidatura ideológica. Já a direita, independente do partido, será uma candidatura contra o povo brasileiro e a favor dos capitalistas nacionais e internacionais.

Para que tenhamos um governo dos trabalhadores, precisamos de um programa para atender aos interesses e necessidade dos trabalhadores e dos oprimidos por raça, sexo ou pela miséria. Precisamos de alianças sim, mas que sejam com partidos de esquerda, com o movimento sindical e demais movimentos sociais e com um programa de esquerda, com a classe trabalhadora mobilizada para enfrentar os capitalistas e os políticos da direita golpista.

Em 2002 Lula foi eleito em uma aliança com a direita e fez um governo de conciliação de classes. Foi um outro momento, uma outra conjuntura, que apesar dos ataques aos trabalhadores desferidos pelo governo Lula, principalmente contra os servidores públicos, o governo Lula conseguiu dar uma estabilizada econômica no país. Houve uma grande geração de empregos e políticas assistenciais que ajudaram a combater a fome. Porém, o governo do PT não fez a Reforma Agrária, não atendeu à pauta da classe trabalhadora, não democratizou a mídia, nem reverteu privatizações feitas por FHC. Mas, em contrapartida, os banqueiros continuaram a ter lucros recordes, as grandes empresas tiveram isenções fiscais, foram feitos grandes investimentos no latifúndio e agronegócio, tivemos privatizações e leilões dos poços de petróleo.

Hoje a conjuntura é totalmente diferente. O capitalismo está em sua maior crise. A crise econômica já vinha se agravando desde 2008, pois não foi resolvida. Agora, se agravou ainda mais com crise sanitária e a crise política gerada pela reação dos povos, pelo surgimento de movimentos de extrema direita e pela necessidade que os países imperialistas encontram de redivisão do mundo com ameaças de novas guerras.

Portanto, não cabe mais uma chapa que represente a conciliação de classes, pois nem as migalhas que caem da mesa do banquete dos capitalistas serão distribuídas aos pobres. É importante ter essa consciência, pois a direita tenta fazer novamente da candidatura a terceira via. Como? Colocando Alckmin como vice de Lula. Na verdade, Alckmin não é apenas um nome. Alckmin é o avalista de que Lula dará continuidade à política neoliberal. Ou seja, Alckmin de vice é a certeza da continuidade do golpe através do governo do PT.

Muitos petistas e/ou simpatizantes defendem Alckmin como vice de Lula, sob os argumentos mais inocentes e/ou iludidos por discursos de uma direção hipócrita, já vistos. Dizem que Lula é um grande político e sabe muito bem o que está fazendo; que vice é apenas uma figura decorativa; chegam ao absurdo de atacarem Dilma, afirmando que Lula não é como Dilma, ele sabe escolher o vice etc. Na verdade, essas afirmações fazem parte de uma visão obtusa que só consegue enxergar o nome para vice. Não entende que Alckmin na vice significa a aliança com a direita golpista. Alckmin significa um programa de governo neoliberal e ministros capitalistas para executá-lo.

O canto da sereia

Repentinamente, a ideia de que a aliança com setores da direita é necessária para derrotar Bolsonaro veio à tona e espalhou como um rastilho de pólvora. Porém, na verdade trata-se de procurar uma via mais “fácil” para tirar Bolsonaro da presidência. Não podemos cair nesse “canto da sereia”. Temos que fazer uma avaliação séria antes de afirmarmos e defendermos algo desse tipo.

Bolsonaro e o bolsonarismo (fascismo) são frutos do golpe político de 2016, que derrubou a presidenta Dilma. Esse golpe foi articulado principalmente pelo PSDB e PMDB (hoje, MDB), com apoio da grande mídia e do Poder Judiciário. Aécio Neves (PSDB) foi o grande agitador, mobilizando parte do povo e fazendo forte oposição no Senado e nas ruas. Mas os articuladores do golpe negociavam no congresso e até no STF, lembrando aquele áudio vazado do senador Romero Jucá “...é com o Supremo e com tudo...”. Pois bem, naquela conjuntura, Alckmin (PSDB) era um dos principais articuladores do golpe, junto com FHC. Afirmou naquele momento que concordava em “gênero, número e grau” com FHC, na defesa do impeachment. Afirmou ainda que o “povo vai à rua para defender as instituições que foram vilipendiadas... Precisamos virar a página... O país sairá mais fortalecido de todo esse triste momento que está vivendo, ... O primeiro passo é a confiança e ação. Hoje em dia se você não agir, você vai para trás na competitividade. O Brasil não pode adiar mais reformas estruturantes, medidas econômicas necessárias.” (grifo nosso). (https://www.psdb.org.br/df/alckmin-concorda-com-fhc-e-defende-impeachment-de-dilma/)

Pois muito bem, a tal “ação” e reformas estruturantes que ele fala, são as reformas trabalhista, da previdência, o teto de gastos... Esse é Geraldo Alckmin (PSDB).

Muitos alegam que ele saiu do PSDB e foi para o PSB, de esquerda. Por que ele saiu do PSDB? Em algum momento ele disse que saiu porque discorda da política do PSDB? Que ele cometeu erro ao defendê-la? Que ele errou ao implementar essa política enquanto governador do estado de São Paulo? Que ele errou ao ajudar na articulação do golpe de 2016? Não! Então, podemos dizer que ele saiu do PSDB, mas o PSDB não saiu dele. Na verdade, ele parece estar atuando como um agente teleguiado do PSDB no PSB, atuando para que a elite golpista volte a ter o controle do país. A direita se volta para esse recurso pois sabe muito bem que não tem nome para isso e que Lula é o único capaz de derrotar Bolsonaro e qualquer outro nas urnas.

Quanto ao PSB, não se iludam. Não é um partido de esquerda. Ao contrário, trata-se de um “partido de aluguel” composto por oportunistas. A prova disso é que no Congresso, metade de seus parlamentares votam contra as propostas bolsonaristas e a outra metade a favor.

Portanto, a ideia de que uma aliança com Alckmin de vice é necessária para que Lula vença as eleições, não passa de “canto da sereia”, uma ilusão que pode nos levar à continuidade do golpe de 2016 através de um governo Lula/Alckmin. Já vimos a que nos levou o golpe de 2016. Repetir o mesmo caminho acreditando que possa ser mais fácil é repetir o erro, consciente de qual será o resultado.

A única aliança possível e necessária para uma vitória e para um governo dos trabalhadores, é com os partidos de esquerda, com as organizações de trabalhadores do campo e das cidades, com os movimentos sociais. É um caminho difícil, que necessita de muita mobilização e enfrentamentos, mas é o único caminho para a verdadeira libertação da classe trabalhadora.

Por um governo dos trabalhadores!

Nós trabalhadores precisamos de outro governo. Um governo dos trabalhadores que tenha em seu programa a revogação das privatizações, da Reforma Trabalhista e dos ataques complementares a ela, da Reforma da Previdência, da EC 95/2016 que estabelece o Teto de Gastos. Um governo que exproprie o latifúndio e o agronegócio para fazer a Reforma Agrária, incentivando a produção de alimentos para consumo interno. Afinal, um país tão grande como o nosso e com tanta terra fértil não pode ter pessoas passando fome. Precisamos de um governo que ponha fim à política da “Guerra às Drogas”, que se trata de uma política do imperialismo estadunidense que tem por objetivo reprimir o povo negro e também o povo pobre que vive nas favelas e periferia. Um governo que respeite os povos indígenas e que faça uma nova demarcação de suas terras, conforme a reivindicação dos povos indígenas e que garanta acesso aos serviços públicos, principalmente à saúde. Precisamos de um governo que apoie a luta contra a discriminação racial, sexual, LGBTQI+. Um governo que valorize a educação pública, oferecendo um ensino básico de qualidade, ampliando os Institutos Federais (cursos técnicos) e as Universidades. Que fortaleça o SUS, revertendo as privatizações na Saúde e destinando mais verbas para o mesmo, para que a população tenha acesso a um sistema de saúde de qualidade.

Com certeza, que Alckmin ou qualquer outro golpista não concordará com esse tipo de governo.

  • LULA PRESIDENTE!
  • Por um governo dos trabalhadores!
  • Fora Alckmin da chapa do PT!
  • Não à aliança com a direita golpista!
  • Revogação das Reformas Trabalhista e da Previdência!
  • Pelo fim do genocídio do povo negro!
  • Pela remarcação das terras indígenas em acordo com os povos indígenas!
  • Reestatização do que foi privatizado!
  • Petrobras 100% estatal e sob o controle dos trabalhadores!
  • Reforma Agrária já e sob o controle dos trabalhadores rurais sem terra!
  • Todos às ruas por um governo da classe trabalhadora!