Moção de apoio ao movimento de ocupação de escolas e universidades no Brasil

15/11/2016 21:12

Nós, militantes da “Revolution”, uma organização internacional-comunista de juventude, expressamos nossa plena solidariedade com os protestos de secundaristas e estudantes universitários no Brasil, que estão indo às ruas contra a política de austeridade do governo golpista brasileiro.

As ocupações de mais de 1.000 escolas e em torno de 100 universidades são uma grande inspiração para nós.

O fato que em muitas instituições a luta contra os cortes se desenvolve junto com os professores e professoras e com os funcionários e funcionárias achamos especialmente encorajador. O projeto de lei MP 764 significa que as matérias de línguas, física, filosofia, artes e ciências sociais serão duramente afetadas por cortes. Além disso, a lei conhecida por “Escola sem Partido” quer proibir aos docentes e alunos a discutir política nas escolas e universidades. Que faculdades particulares estão sendo promovidas e ao mesmo tempo o acesso aos universidades para alunos(as) da classe trabalhadora e dos pobres da cidade e do campo está sendo restringido ainda mais, mostra que se trata de ataques não somente à juventude, mas a todos os trabalhadores(as) e oprimidos(as).

“Revolution” rejeita tanto a planejada mudança da constituição, assim como os projetos de lei do governo de direita do PMDB, que chegou ao poder por meio de um golpe institucional, e apoiamos a luta dos alunos(as), estudantes e professores(as) brasileiros, porque somos nós, a juventude, além das mulheres, LGBTs e racialmente oprimidos, que são os primeiros afetados por esses cortes.

Esse ataque é um entre muitos que o governo quer realizar a todo custo. O único interesse do PMDB é “resolver” a crise do capitalismo no Brasil nas costas da classe trabalhadora, da juventude, dos sem-terra e dos moradores e moradoras das favelas.

Eles querem resolver a atual crise econômica por meio de privatizações e fechamentos que afetam a população. Também não têm a menor vergonha em mandar a polícia pra cima dos jovens ou isolar as ocupações numa tentativa deles “morrerem de fome”. O mais admirável nessa situação é a coragem dos alunos(as), que construiram comitês de autodefesa em Curitiba e Belo Horizonte, para se defenderem contra as tentativas de grupos da extrema direita e da polícia de dissolver as ocupações.

A construção de comitês de autodefesa em conjunto com estruturas democráticas para a coordenação e organização de ações em nível nacional seria um grande passo à frente.

O governo golpista de Temer não esteve preparado para a resistência de vocês. Se vocês conseguirem construir uma conexão com as mobilizações das centrais sindicais, das organizações de esquerda e socialistas, do movimento dos sem-terra e dos sem-teto, assim como com todos os outros movimentos sociais, os ataques do governo contra vocês e a classe trabalhadora poderão ser vencidos. Uma greve geral por tempo indeterminado, para vencer os ataques, seria uma vitória não só para vocês – seria uma vitória para toda a juventude e os trabalhadores(as) no mundo inteiro num tempo de avanço de populistas de direita, racistas, e imperialistas na luta pela repartição do mundo.

Junto com outras organizações de juventude, nós da “Revolution” organizamos duas greves de escola, em Abril e Setembro, na luta contra a onda racista na Europa, contra o fechamento da  Europa e deportações iminentes de milhares de refugiados.

A luta de vocês é nosso exemplo e nos dá coragem para não diminuir nossos esforços. Por isso expressamos, mais uma vez, a nossa solidariedade. Que viva a solidariedade internacional! 

Revolution