O CASO MARIELLE, O REGIME DE EXCEÇÃO E A FRAUDE ELEITORAL
Prof. Valter Machado Fonseca
O assassinato brutal da vereadora do PSOL/RJ, encomendado pelas forças repressivas do Estado burguês no Brasil nos dá mostras do atual estágio de autofagia promovido pelas forças destrutivas do capital. Esta monstruosidade nos remete às atrocidades executadas pela ditadura militar em nosso país a partir de 1964 e que durou 20 anos. Foram milhares de pessoas executadas, torturadas e exiladas justamente por lutarem pela democracia em nosso país.
O caso da execução sumária da vereadora evidencia com clareza os planos do Estado neoliberal para o nosso país. A partir da implantação do regime de exceção no estado do Rio de Janeiro, as forças repressivas do Estado capitalista mostram que não possuem limites para a implantação do projeto de sucateamento total do país, de destruição total das conquistas sociais historicamente conquistadas e do ataque generalizado às mínimas liberdades democráticas. O governo neoliberal deu cartas brancas para que as forças armadas e as organizações paramilitares ajam da maneira que lhes convier rasgando de forma definitiva todas as parcas liberdades que sustentam o Estado democrático de direito contidas na CF de 1988.
É, meus caros amigos! O que está em jogo é a democracia arduamente conquistada no último período histórico das lutas da classe trabalhadora brasileira. O que se desenha no horizonte é o maior retrocesso nas formas mais simples e mais básicas de liberdade de organização e expressão do povo brasileiro. Infelizmente, vemos nas redes sociais um conjunto de pessoas fazendo coro com estes ataques desumanos contra as mais básicas liberdades e formas de autonomia dos setores organizados da sociedade brasileira.
Há pouco tempo atrás, publiquei uma postagem onde afirmava que a atual conjuntura já preparava a maior fraude eleitoral de nossa história e isto começa a se confirmar a partir das monstruosidades desferidas contra os direitos democráticos no estado do Rio de Janeiro. O caso Marielle é apenas a ponta desse iceberg.
Cabe à parcela mais avançada e esclarecida da sociedade a construção de uma resposta unificada contra o avanço das forças destrutivas dos setores fascistas do Estado neoliberal em nosso país. Agora, a urgência dessa resposta é uma demanda imediatíssima! Se esta bandeira não for suficiente para nossa unificação, infelizmente terei dúvidas se existirá alguma bandeira de luta que nos unifique.
Esse texto é uma contribuição do companheiro Professor Valter Machado Fonseca – Geógrafo, Mestre e Doutor pela Universidade Federal de Uberlândia (MG) – UFU. Professor Adjunto do Departamento de Educação da Universidade Federal de Viçosa (DPE/UFV).