O flagelo do desemprego
Sábado, 01/11/2003 - 18:00
O desemprego é uma característica permanente de todos os países capitalistas. Nas semicolônias, a queda nos preços das matérias-primas no mercado mundial, a privatização e o “livre comércio” para as multinacionais, devastaram a indústria e a agricultura. O agronegócio levou milhões de camponeses sem terra para as cidades onde, incapazes de encontrar trabalho, eles são levados ainda mais para as fileiras do lumpemproletariado.
Também nos países imperialistas, a racionalização, a privatização e a exportação de empregos para países com baixos salários colocaram milhões na miséria. Contra isso, exigimos trabalho para todos. Isso só pode ser alcançado por ação direta militante contra todas as demissões e fechamentos de fábricas. Deve haver greves, ocupações no local de trabalho pelos trabalhadores envolvidos, ações militantes das organizações de desempregados, greves de solidariedade daqueles que ainda não foram afetados. Tais lutas devem estabelecer como meta a conquista do controle das empresas pelos trabalhadores.
Sob o regime de controle dos trabalhadores, o trabalho deveria ser compartilhado entre todos os trabalhadores de uma empresa, e a jornada de trabalho reduzida para permitir isso - uma escala de horas sem redução do salário. Para os desempregados, lutamos pelo trabalho ou pelo pagamento do seguro-desemprego - benefícios de desemprego pagos no nível necessário para manter o trabalhador e seus dependentes, conforme decidido democraticamente pelo movimento dos trabalhadores. Tais benefícios completos devem ser exigidos para todos aqueles que o capitalismo exclui da produção social como resultado de crise econômica, da idade, deficiência ou doença.
Os desempregados não devem ser vistos como espectadores ou auxiliares na luta contra o desemprego. Na Argentina, os piqueteros adotaram a tática dos bloqueios de estradas, que afetam o comércio e a produção, de modo que os capitalistas não podem simplesmente abandonar seus ex-trabalhadores impunemente. Em muitos países, as organizações de trabalhadores desempregados provaram ser uma seção militante vital da vanguarda da classe trabalhadora. Mas os desempregados não podem lutar e vencer sozinhos. Precisamos lutar pela unidade entre os desempregados e os empregados.
Precisamos de movimentos de massa democráticos dos trabalhadores desempregados, com apoio financeiro dos sindicatos, mas livres do controle pela burocracia sindical e com total representação dentro do movimento trabalhista. Essas organizações desempenharão um papel vital na prevenção de que os desempregados sejam vítimas da ideologia do fascismo, do racismo, da reação religiosa, da criminalização e da lumpenização. São um meio vital de incentivar os trabalhadores empregados a empreender uma luta ativa em defesa de seus próprios empregos, bem como de seus companheiros e companheiras de classe desempregados.
A fim de integrar todos os desempregados no processo de produção e permitir que eles façam um trabalho socialmente útil, lutamos implacavelmente por um programa de obras públicas sob o controle dos trabalhadores e pago pelo estado capitalista.
Ao longo da história, todas as nossas demandas foram recebidas com o clamor de que nossos governantes “não podem pagar”. Quando rejeitam nossas demandas por salários decentes no setor estatal ou por melhores serviços sociais com o argumento de que o orçamento entraria em déficit, então respondemos - taxem os ricos!
Um imposto de renda e riqueza altamente progressivo deve ser cobrado deles. Com essa receita, será possível começar a financiar as necessidades das massas. Taxem os ricos, não os pobres. A taxação indireta sobre itens de consumo de massa e o imposto de renda sobre os salários dos trabalhadores devem ser eliminados. Caso os ricos tentem esconder seus bens ou sonegar o pagamento de seus impostos, todos os seus bens devem ser confiscados.
Traduzido por Liga Socialista em 28/03/2018