Primeiro de Maio, Saudações e Declaração.
Secretariado Internacional, Liga pela Quinta Internacional, 01/05/2014
O Secretariado Internacional da Liga pela Quinta Internacional envia cumprimentos pelo dia 1° de Maio ao movimento dos trabalhadores de todo o mundo.
Lutar contra o imperialismo, a guerra e a austeridade!
O imperialismo, como Lênin colocou, é a reação em todas as frentes. Hoje, assistimos mais uma vez, como são verdadeiras estas palavras.
Na Ucrânia, as potências imperialistas ocidentais, usando fascistas e oligarcas pró- ocidentais, instalaram um novo governo em Kiev. Eles querem o controle completo do país - mesmo que isso signifique confronto armado com o imperialismo russo.
Seja qual for o resultado, esta crise demonstra que a luta pelo poder está cada vez mais acentuada entre as potências imperialistas rivais; os EUA, a União Europeia em torno da Alemanha e da França, Japão, bem como as novas potências imperialistas emergentes, China e Rússia.
Estamos no início de um período de luta pela redivisão do mundo, impulsionada pela crise capitalista mundial de 2008. É por isso que todos os poderes estão relutantes em se comprometer. É por isso que os EUA mudou suas prioridades globais para o Pacífico para tentar conter seu rival mais dinâmico, a China. É por isso que todas as potências imperialistas estão envolvidas em intervenções e até mesmo em guerras na Ásia Central, Oriente Médio, África e América Latina.
No Afeganistão, Paquistão, Iraque - podemos ver os resultados destas "guerras contra o terror". Eles aterrorizam as pessoas comuns e deixam países inteiros ou regiões devastadas, com centenas de milhares de mortos e milhões empobrecidos e fazem refugiados em seus próprios países.
Depois de 2008, as classes dominantes e seus governos não foram capazes de evitar um colapso do mercado mundial por uma combinação de aumento da exploração dos países mais pobres, forçando o aumento de preços dos bens essenciais, promovendo assim um ataque maciço sobre os padrões de vida e condições de trabalho dos os trabalhadores e os pequenos agricultores em todo o mundo e um enorme endividamento do Estado para resgatar da falência bancos e indústrias.
Estas medidas levaram a mudanças dramáticas na vida das massas; não só o aumento dos preços, mas o aumento do desemprego, especialmente para os jovens, juntamente com os cortes no bem-estar, serviços sociais e pensões. As mulheres têm estado sob ataque no trabalho e sua carga de trabalho em casa aumentou maciçamente como resultado do esmagamento dos serviços sociais.
Ao mesmo tempo, o racismo contra os imigrantes, a opressão nacional e ataques a minorias, por parte dos estados e governos estabelecidos, bem como por parte das forças de extrema-direita e até fascistas, têm aumentado. Em todo o mundo, vemos um ataque maciço aos direitos democráticos, a criação de novas leis de "segurança" e "antiterroristas".
Essa onda de ataques não poderia ser imposta sem uma luta. Desde o início da grande crise, temos visto ações de greves de massa, ou mesmo levantes revolucionários, em muitos países, seja na Europa Oriental e do Sul, com movimentos de massa na Grécia, na Espanha, em Portugal ou revoltas na Bulgária e na Bósnia; seja na Ásia, com greves em massa em países tão diferentes como o Camboja e China. Temos visto mobilizações de massas enormes nos chamados mercados emergentes, como Brasil e Turquia.
No entanto, algumas vezes, temos visto esses movimentos de luta serem derrotados. Com demasiada frequência, os imperialistas têm sido capazes de confiar nos líderes atuais da classe trabalhadora e dos movimentos populares para fazer as massas pagarem pela crise. Muitos dos grandes sindicatos apoiaram as medidas "anti-crise" de seus governos. Outros rejeitaram verbalmente, mas apenas a fim de desviar as ações para campanhas simbólicas e ineficazes.
Pior ainda, onde os, os partidos socialdemocratas reformistas estiveram ou estão no governo, eles têm imposto muitas das políticas de austeridade. Mesmo os reformistas de esquerda estão envolvidos nisto - ou se mostram incapazes de organizar a resistência em massa bem sucedida.
Esta combinação de raiva em massa e de mobilização com traição das lideranças mostra que, em todo o mundo, é a classe trabalhadora que tem o potencial de acabar com toda a loucura desse sistema capitalista bárbaro, mas, somente se ela puder gerar uma nova liderança.
Para isso, precisa assumir o controle dos sindicatos e das organizações de massa no local de trabalho longe de líderes burocráticos e corruptos. Isso é preciso para reorganizar na base da democracia operária e da luta política.
Da mesma forma temos que lutar pela criação de um novo movimento classista de mulheres e de um movimento revolucionário de massas da juventude.
No último período, a própria classe trabalhadora começou a pressionar por novas organizações, criou organizações que são baseadas na democracia direta e pode travar lutas corajosas como o LQM no Paquistão. Como revolucionários, somos inspirados por estes e vamos lutar para generalizar essas experiências em todo o mundo.
Ao mesmo tempo, também vimos a criação de novos partidos da classe trabalhadora e reagrupamentos da extrema esquerda, com o objetivo de abordar a fraqueza política do movimento da classe trabalhadora. Alguns deles têm provado que são apenas versões reformistas da socialdemocracia "tradicional". Mas, onde organizam partes significativas da vanguarda e da juventude, os revolucionários devem intervir em tais iniciativas, lutando para ganhá-los para um programa revolucionário.
Outros são mais de esquerda, proclamando abertamente a necessidade de novos partidos anticapitalistas. Congratulamo-nos com esses passos, mas, ao mesmo tempo, é preciso ficar claro que tais proclamações têm que ser preenchidas com o conteúdo, com um programa e ação. Estamos ativamente tentando construir tais organizações, lutando abertamente por elas a evoluir para partidos revolucionários genuínos.
- Partidos, que não são controlados por dirigentes irresponsáveis, mas pelos seus filiados.
- Partidos, que não são apenas máquinas eleitorais, mas a luta das organizações.
- Partidos, cujo objetivo não é restaurar ou reavivar o capitalismo, mas lutar para derrubá-lo por meios revolucionários.
Não menos importante, os partidos que não se limitam ao terreno nacional, mas estão comprometidos com a criação de uma nova classe trabalhadora internacional.
Viva a classe operária internacional, viva o Dia 1º de Maio! Avante pela Quinta Internacional!