Protestos e greve geral na Colômbia fazem governo recuar

03/05/2021 22:26

O governo Iván Duque, no dia 15 de abril, enviou para o congresso um projeto de lei de reforma tributária, do ministro da Fazenda Alberto Carrasquilla, que atacava os trabalhadores com o aumento do Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) para 19% sobre os serviços básicos como energia elétrica, gás, serviços funerários, internet, água e saneamento. Além disso, haveria um aumento do preço da gasolina e todo trabalhador que recebesse mais de dois salários mínimos passaria a pagar imposto de renda.

A reação das massas não demorou a vir. Os sindicatos convocaram uma greve geral para 4ª feira (28/04). Apesar de uma decisão do tribunal impedindo as manifestações nos dias 28/04 e 01/05, as centrais sindicais decidiram por manter os protestos em todo o país. Duque, apostando na aprovação de tal projeto, imediatamente acionou os aparelhos de repressão. Mas o povo, que já estava revoltado com o governo devido ao aumento da desigualdade social e a lentidão na aplicação da vacina, não recuou.

No dia 1º de Maio, trabalhadores, estudantes, indígenas e várias organizações tomaram as ruas das principais cidades do país. A polícia atuou com extrema violência, e o resultado dos cinco dias de confronto, segundo o Ministério da Defesa foi de 19 mortos, 846 feridos e 431 pessoas detidas pela polícia (G1 - https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/05/03/violencia-em-protestos-na-colombia-deixa-mortos-em-5-dias-de-manifestacao-governo-desistiu-de-projeto-controverso-de-reforma.ghtml).

Sob a pressão das ruas, no domingo (2/5) Duque retirou o projeto de lei da reforma tributária e demitiu o Ministro da Fazenda. Mesmo assim, na manhã de 2ª feira, protestos se repetiram com bloqueios de estradas e manifestações nas ruas de Bogotá.

 

Liga Socialista – 03/05/2021