Referendo e Greve Geral na Catalunha
Cerca de 40 organizações sindicais, políticas e sociais convocaram a greve geral que teve uma enorme adesão e que ajuda a engrossar o movimento de dezenas de milhares de pessoas que ocuparam as ruas no centro de Barcelona, em protesto contra a violência policial no dia do referendo (01/10) sobre a independência da Catalunha.
A greve geral já conta com a adesão dos trabalhadores dos setores de transporte, comércio, agricultura e educação. Nas principais localidades da Catalunha o pequeno comércio está parado e muitas escolas estão fechadas.
As manifestações agitam palavras de ordem como “Fora as forças de ocupação”, “Barcelona é antifascista” e “SOS Europa”. Várias estradas foram interrompidas pelos manifestantes, chegando a formar engarrafamentos com cerca de 10 Km.
O povo catalão exige a saída da polícia nacional enviada por Madrid para impedir a realização do referendo, que segundo as autoridades espanhola é ilegal. A força policial atuou com violenta repressão ferindo cerca de 800 manifestantes e sua permanência da força policial na Catalunha acaba tencionando ainda mais a situação. A previsão para a permanência da força policial na Catalunha era até 05/10, mas com as mobilizações, Madrid prolongou até 11/10.
Nas manifestações via-se muitas bandeiras catalãs, mas em menor número, via-se também grupos de jovens com bandeiras espanholas, sem qualquer sinal de confronto entre os participantes.
O impasse foi gerado pela decisão do governo catalão, sustentado por uma maioria parlamentar que apoia a independência da região, de realizar um referendo no domingo. Tal referendo foi considerado ilegal, segundo a Constituição Federal, pelo primeiro ministro espanhol Mariano Rajoy.
O chefe do Governo catalão, Carles Puigdemont, levará os resultados do referendo ao parlamento regional para decidir se será declarada a independência da Catalunha unilateralmente.
Nossa conclusão
Para nós, revolucionários, a divisão dos trabalhadores e da juventude de Barcelona e Madrid só pode piorar a situação. O que é necessário, e urgente, é construir uma força política espanhola em todo o estado, um novo partido dos trabalhadores com um programa revolucionário e anticapitalista.
Esse, com certeza, é um bom momento para se discutir essa possiblidade. Como vimos acima, temos bandeiras catalãs e espanholas nas mesmas manifestações. São jovens e trabalhadores que não aceitam a violência com que os catalães foram reprimidos. Essa é a verdadeira solidariedade da classe operária.
A unidade dos trabalhadores e jovens espanhóis e catalães deve aproveitar o movimento contra a repressão do estado burguês e contra qualquer tipo de ataque das políticas de austeridades. O povo trabalhador da Espanha não é inimigo do povo da Catalunha. Seus verdadeiros inimigos são as grandes empresas e bancos, que os exploram cada vez mais. O momento é propício para a unidade da classe trabalhadora da Espanha e Catalunha para destruir o estado burguês, expulsando seus representantes e construir um governo operário, com base nos conselhos populares e de trabalhadores.
Fonte: Diário de Notícias (https://www.dn.pt/mundo/interior/catalunha-dezenas-de-milhares-em-barcelona-manifestam-se-contra-a-repressao-espanhola-8817281.html)
Liga Socialista