Um 2013 de muita luta por uma sociedade socialista

01/01/2013 17:28

Um 2013 de muita luta por uma sociedade socialista

Matéria publicada em 01/01/2013 15:53

 

Após dois anos de governo Dilma, percebemos claramente o rumo cada vez mais à direita que esse governo de frente popular vem tomando.

Os cortes nos orçamentos públicos que ataca os serviços públicos são medidas que interessam diretamente a burguesia, pois garantem a política de “estímulos” para o setor empresarial. São bilhões de Reais em isenções e empréstimos a perder de vista. Em contrapartida, empresários e banqueiros respondem com demissões.

A medida que a crise se agrava, principalmente na Europa, o imperialismo exige de sua “gerente” no Brasil, medidas cada vez mais drásticas. Não existe mais lugar para a política “lulista” de negociações com os movimentos sociais e sindical.

Para isso, é necessário garantir o rumo à direita tomado pelo governo. Vimos como foi fácil para Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), indicado pelo governo Lula, em parceria com Roberto Gurgel, Procurador Geral da República, atacar membros da cúpula histórica do PT, como Dirceu e Genoíno. Trata-se de uma grande “frigideira quente” e que provavelmente levará essas lideranças a cadeia. Até mesmo o próprio Lula já está sendo acusado enquanto o governo Dilma vai se desgarrando de tudo isso, inclusive do próprio PT. Joaquim Barbosa, eleito recentemente presidente do STF passou a ser o grande ídolo da mídia burguesa que já o coloca como um possível candidato a Presidência da República. Um negro, de origem humilde, de moral ilibada, que conseguiu com seus próprios esforços chegar ao STF.

O movimento reacionário já começa a aparecer e inclusive lança a fundação do Partido Militar Brasileiro, que possui como “lema a sigla LIDMC, que significa Lealdade – Integridade – Dignidade – Moral – Confiabilidade” e, “considera que a formação básica da vida militar é formadora e educativa para todos os cidadãos”.

Sabemos muito bem o que isso representa. Em épocas de crise os discursos moralistas e nacionalistas ganham adesões em todos os setores da população. Essa é a lógica do nazi-fascismo.  Basta lembrarmo-nos do processo que elegeu Hitler, com um discurso nacionalista e que envolveu grande parte da classe trabalhadora, inclusive a juventude. Pelo visto, esses setores reacionários já estão se organizando para iniciarem seu processo de retomada do poder.

Nessa conjuntura, o possível quadro que encontraremos pela frente será do governo Dilma aplicando a política de austeridade ditada pelo imperialismo, as lideranças históricas da classe trabalhadora atrás das grades e o PT completamente desmoralizado.

Apesar de ainda ser referência para a classe trabalhadora, o partido dos trabalhadores aplica a política ditada pelo imperialismo. Há muito, deixou de ser um Partido Operário Independente para ser um Partido Operário Burguês. Certamente o PT já não atende e nem atenderá aos interesses da mesma. Por isso não podemos tentar “cobrir o sol com a peneira”, como fazem algumas correntes de esquerda do PT, que organizam atos em defesa do PT, levando ilusões à classe trabalhadora. A própria direção do PT já não faz questão de defendê-lo e nem a seus nomes históricos. Muito menos podemos fazer como outros setores da esquerda que se divertem com a decisão do STF, reforçando e legitimando a mesma. Os velhos quadros do PT, que traíram a classe trabalhadora, devem ser julgados e condenados pela própria classe trabalhadora e não pelo tribunal burguês que nada fez contra os políticos burgueses que tanto utilizaram dos mesmos métodos de corrupção.

A classe trabalhadora tem que estar preparada para os próximos embates. As lutas sindicais terão que ser intensificadas e as discussões das direções com suas respectivas bases têm que extrapolar as questões econômicas. A classe trabalhadora tem que ser armada ideologicamente com as discussões socialistas, para que entenda que apenas o socialismo é a alternativa para a crise do imperialismo. Caso contrário, caminharemos para a barbárie.

Para ajudar a classe trabalhadora a cumprir essa tarefa, a CUT – CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES – tem que deixar de ser um “braço do governo” no movimento sindical. Precisamos de uma Central tal e qual foi fundada, INDEPENDENTE DE GOVERNOS E PATRÕES E COMPROMETIDA COM A LUTA POR UMA SOCIEDADE SOCIALISTA. Precisamos acabar com a burocracia sindical e sua política reformista. Só assim, a classe trabalhadora terá as verdadeiras condições de se fortalecer e construir um Partido Operário Revolucionário, que a levará a vitória e ao socialismo.

  • PELA REVOGAÇÃO DAS REFORMAS DA PREVIDÊNCIA DOS GOVERNOS LULA E FHC;
  • CONTRA AS DEMISSÕES EM MASSA;
  • CONTRA AS TERCEIRIZAÇÕES;
  • CONTRA AS PRIVATIZAÇÕES (ONGS, OS, CONCESSÕES);
  • CONTRA OS ATAQUES AS LEIS TRABALHISTAS (Simples Trabalhista, Projeto Vaccarezza, Projeto Sandro Mabel, Projeto ACE, etc.);
  • EM DEFESA DA INDEPENDÊNCIA POLÍTICA DA CUT;
  • PELA CONSTRUÇÃO DE UM PARTIDO OPERÁRIO REVOLUCIONÁRIO.