Vulcabrás/Azaleia fecha 12 unidades e demite 4 mil trabalhadores
Conforme matéria no site da CUT, a Vulcabrás/Azaleia – maior companhia de calçados esportivos da América Latina e uma das dez maiores do mundo – anunciou a demissão de 4 mil trabalhadores e o fechamento de 12 unidades na região de Itapetinga (Ba).
A Vulcabrás recebeu R$ 314 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para concretizar a compra da Azaleia em 2007. Além disso, foi beneficiada com o pacote econômico Plano Brasil Maior, do governo Dilma, que pôs fim a alíquota de 20% para o INSS e, recebeu incentivos fiscais municipais e estaduais.
“É dinheiro público financiando demissões. Isto é inaceitável…”, lamenta Cida Trajano, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Vestuário (CNTV), filiada a CUT.
Isso mostra claramente como os empresários se beneficiam com a “crise”. Sangram os cofres públicos exigindo cada vez mais verbas públicas e depois fecham unidades e demitem trabalhadores.
Os governos petistas, Lula e Dilma, atenderam rapidamente aos pedidos dos empresários. Imediatamente editaram medidas de incentivos fiscais e pregaram que os trabalhadores deveriam continuar comprando cada vez mais. Essa era a lógica do governo petista para combater a crise. Fortalecimento do mercado interno. Dessa forma parece até que desconhecem o fato da globalização da economia e que o Brasil poderia ficar como uma ilha, sem ser atingido pela crise. Como disse Lula, seria apenas uma “marolinha”.
A demissão dos 4 mil trabalhadores da Vulcabrás/Azaleia mostra que essa “marolinha” pode se tornar um tsunami. Os empresários se apossam da verba pública para socorrerem suas matrizes e o mercado financeiro, em troca atacam a classe trabalhadora com fechamento de unidades e demissões em massa.
E a CUT? O que faz em relação a isso? Denuncia no site e recorre ao Ministério do Trabalho exigindo mais efetividade do mesmo na fiscalização.
Mas, na verdade, deixa de tocar no ponto crucial da questão. Os governos petistas, Lula e Dilma, atenderam as reivindicações dos empresários com isenções fiscais e empréstimos, através dos quais repassaram, a estes, boa parte da verba pública. Mas pior que isso, sem exigir nada em troca, como por exemplo, a estabilidade dos trabalhadores.
Portanto, a CUT deve exigir do governo a contrapartida de estabilidade dos trabalhadores para todas as empresas que recebem verbas públicas. É dever da CUT mobilizar os trabalhadores das unidades que serão fechadas, para ocuparem as mesmas e exigir do governo Dilma a estatização das fábricas, sob o controle dos próprios trabalhadores.
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Contra as demissões em massa;
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Estabilidade para todos os trabalhadores;
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Ocupação e estatização das fábricas fechadas;
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Verbas públicas somente para os serviços e empresas públicas.